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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O fim dos tempos

O fim dos tempos

Apocalipse
Faremos em destaque os comentários sobre o livro do Apocalipse, pois são as passagens desse livro que mais usam para dizer sobre o fim do mundo.
“O Apocalipse é de compreensão difícil, porque o autor faz largo uso de imagens, símbolos, figuras e números misteriosos. Isso pode ser facilmente entendido, quando vemos que o livro nasce dentro de uma situação difícil: o povo de Deus está sendo oprimido, perseguido e vigiado pelas estruturas de poder. Em tais circunstâncias não se pode falar claro principalmente porque o autor pretende mostrar a situação real e traçar uma estratégia de resistência e ação. As comunidades a que ele se dirige entendem essa linguagem, pois estão familiarizadas com o Antigo Testamento, onde o autor vai buscar os símbolos”, é o que nos trazem na introdução a esse livro.
Para não deixar nenhuma margem a duvidas, colocaremos mais uma explicação:
“... é indispensável, para bem compreender o Apocalipse, reinserí-lo no ambiente histórico que lhe deu origem: um período de perturbações e de violentas perseguições contra a Igreja nascente. Pois, do mesmo modo que os apocalipses que o procederam (especialmente o de Daniel) e nos quais manifestamente se inspira, é escrito de circunstância, destinado a reerguer e a robustecer o ânimo dos cristãos, escandalizados, sem dúvida, pelo fato de que perseguição tão violenta se tenha desencadeado contra a Igreja daquele que afirmara: ‘Não temais, eu venci o mundo’ (Jo 16,33). Para levar a efeito seu plano, João retoma os grandes temas proféticos tradicionais, especialmente o do ‘Grande Dia” de Iahweh (cf. Am 5,18+): ao povo santo, escravizado sob o jugo dos assírios, dos caldeus e dos gregos, dispersado e quase destruído pela perseguição, os profetas anunciavam o dia da salvação, que estava próximo e no qual Deus viria libertar o seu povo das mãos dos opressores, devolvendo-lhes não apenas a liberdade, mas também poderio e domínio sobre seus inimigos, que seriam por sua vez castigados e quase destruídos. No momento em que João escreve, a Igreja, o novo povo eleito, acaba de ser dizimada por sangrenta perseguição (13; 6,10-11; 16,6; 17,6), desencadeada por Roma e pelo império romano (a Besta), mas por instigação de Satanás (12; 13,2-4), o Adversário por excelência de Cristo e de seu povo. A visão inaugural descreve a majestade de Deus que reina no céu, senhor absoluto dos destinos humanos (4) e que entrega ao Cordeiro o livro que contém o decreto de extermínio dos perseguidores (5); a visão prossegue com o anúncio da invasão de povos bárbaros (os partos), com seu tradicional cortejo de males: guerra, fome e peste (6). Os fiéis de Deus, porém, serão preservados (7,1-8; cf. 14,1-5), à espera de gozarem no céu, de seu triunfo (7,9-17; cf. 15,1-5). Entretanto, Deus, que quer a salvação dos pecadores, não os destruirá imediatamente, mas lhes enviará uma série de pragas para adverti-los, como fizera contra o faraó e os egípcios (8-9); cf. 16). Esforço inútil: por causa de seu endurecimento, Deus destruirá os ímpios perseguidores (17), que procuravam corromper a terra, induzindo-a a adorar Satanás (alusão ao culto dos imperadores da Roma gentílica); seguem-se uma lamentação sobre Babilônia (Roma) destruída (18) e cantos de triunfo no céu (19,1-10). Nova visão retoma o tema da destruição da Besta (Roma perseguidora), realizada desta vez por Cristo glorioso (19,11-21). Então inicia-se um período de prosperidade para a Igreja (20,1-6), que terminará com novo assalto de Satanás contra ela (20,7s), o aniquilamento do Inimigo, a ressurreição dos mortos e o seu julgamento (20,11-15) e finalmente o estabelecimento definitivo do Reino celeste, na alegria perfeita, depois de aniquilar a morte (21,1-8). A visão retrospectiva descreve o estado de perfeição da nova Jerusalém durante o seu reinado sobre a terra (21,9s)”.
“Esta é a interpretação histórica do Apocalipse, seu sentido primeiro e fundamental. ...”
Vejamos, então, passagens desse livro que tratam do assunto que estamos estudando.
Apocalipse 1,1-11: 1. Esta é a revelação de Jesus Cristo: Deus a concedeu a Jesus, para ele mostrar aos seus servos as coisas que devem acontecer muito em breve. Deus enviou ao seu servo João o Anjo, que lhe mostrou estas coisas através de sinais. 2. João testemunha que tudo quanto viu é Palavra de Deus e Testemunho de Jesus Cristo. 3. Feliz aquele que lê e aqueles que escutam as palavras desta profecia, se praticarem o que nela está escrito. Pois o tempo está próximo. 4. João às sete igrejas que estão na região da Ásia. Desejo a vocês a graça e a paz da parte daquele-que-é, que-era e que-vem; da parte dos sete Espíritos que estão diante do trono de Deus; 5. e da parte de Jesus Cristo, a Testemunha fiel, o Primeiro a ressuscitar dos mortos, o Chefe dos reis da terra. A Jesus, que nos ama e nos libertou de nossos pecados por meio do seu sangue, 6. e que fez de nós um reino, sacerdotes para Deus, seu Pai - a Jesus, a glória e o poder para sempre. Amém. 7. Ele vem com as nuvens; e o mundo todo o verá, até mesmo aqueles que o transpassaram. E todos os povos do mundo baterão no peito por causa dele. É isso mesmo! Assim seja! 8. Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, Aquele-que-é, que-era e que-vem, o Deus Todo-poderoso. 9. Eu, João, irmão e companheiro de vocês neste tempo de tribulação, na realeza e na perseverança em Jesus, eu estava exilado na ilha de Patmos, por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus. 10. No dia do Senhor, o Espírito tomou conta de mim. E atrás de mim ouvi uma voz forte como trombeta, que dizia: 11. “Escreva num livro tudo o que você está vendo. Depois mande para as sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia”.
Em explicação a essa passagem, coloca-nos: “O Apocalipse é um livro lido e explicado nas reuniões das comunidades cristãs. Seu conteúdo é urgente, porque com a morte e ressurreição de Jesus a história está chegando ao fim e Deus vai julgar e implantar o seu Reino. A missão de João é a de todos os cristãos: profetizar, anunciando a Palavra de Deus e continuando o testemunho de Jesus Cristo”. Reafirmando o que nos colocaram no contexto geral.
Apocalipse 19,11-21: 11. Vi então o céu aberto: eis que apareceu um cavalo branco, cujo montador se chama “Fiel” e “Verdadeiro”; ele julga e combate com justiça. 12. Seus olhos são chama de fogo; sobre sua cabeça há muitos diademas, e traz escrito um nome que ninguém conhece, exceto ele; 13. veste um manto embebido de sangue, e o nome com que é chamado é Verbo de Deus. 14. Os exércitos do céu acompanham-no em cavalos brancos, vestidos com linho de brancura resplandecente. 15. Da sua boca sai uma espada afiada para com ela ferir as nações. Ele é quem as apascentará com um cetro de ferro. Ele é quem pisa o lagar do vinho do furor da ira de Deus, o Todo-poderoso. 16. Um nome está escrito sobre seu manto e sobre sua coxa: Rei dos reis e Senhor dos senhores. 17. Vi depois um Anjo que, de pé no sol, gritou em alta voz a todas as aves que voavam no meio do céu: “Vinde, reuni-vos para o grande banquete de Deus, 18. para comer carnes de reis, carnes de capitães, carnes de poderosos, carnes de cavalos e cavaleiros, carnes de todos os homens, livres e escravos, pequenos e grandes”. 19. Vi então a Besta reunida com os reis da terra e seus exércitos para guerrear contra o Cavaleiro e seu exército. 20. A Besta, porém, foi capturada juntamente com o falso profeta, o qual, em presença da Besta, tinha realizado sinais com que seduzira os que haviam recebido a marca da Besta e adorado a sua imagem: ambos foram lançados vivos no lago de fogo, que arde com enxofre. 21. Os outros foram mortos pela espada que saía da boca do Cavaleiro. E as aves todas se fartaram com suas carnes.
Já sabemos que alguém poderá falar que aqui, nesta passagem, não se fala nada em fim do mundo. Entretanto, resolvemos colocá-la por dois motivos. Primeiro, para que você confirme que a linguagem desse livro é difícil, totalmente simbólica e figurada. Segundo, a explicação que a Bíblia de Jerusalém traz a essa passagem é que tem a ver com o que estamos falando, cujo título é: “O primeiro combate escatológico”, que explicam: “Eis-nos no fim dos tempos. Depois da queda de Babilônia, profetizada (14,8.14-15) e realizada (16,19-20; 17,12-14), Cristo fiel (3,14+) cumpre o Dia de Iahweh (Am 5,18+), exterminando os inimigos da Igreja. Sua figura (vv. 11-16) inspira-se com as descrições precedentes (12, 5; 14,6-20; 17,14), em diversas profecias”, ou seja, nos informam que estão no fim dos tempos, colocando-o naquela época.

Conclusão

De tudo o que até aqui mostramos, podemos concluir que o “fim dos tempos” já passou, pois, pelas narrativas bíblicas chega-se, facilmente, à conclusão de que esse tempo, na verdade, sempre foi algo próximo à realidade que viviam no momento. Não existe nenhuma passagem da qual possamos dizer que tal evento seja para um futuro longínquo.
Entretanto, parece-nos que ninguém se preocupa com isso, os fiéis apenas seguem o que lhes passaram como “verdade”. Assim, essa visão distorcida vem sendo passada de geração em geração, numa interpretação equivocada, na qual não se encontra o mínimo apoio bíblico. E, achamos que não só nesse fato, mas em muitas outras coisas, que nos vêm sendo transmitidas com base em interpretações, que não correspondem à realidade dos fatos. Seria, pois necessária uma revisão completa e imparcial de toda a base bíblica em que se apóiam as correntes teológicas tradicionais.
O que, sinceramente, achamos muito difícil, pois é mais fácil dar uma de avestruz, enfiando a cabeça no buraco, e fingindo que as coisas não existem, do que modificar pensamentos arraigados, principalmente, porque eles estão relacionados à religiosidade das pessoas. E todo pensamento diferente dos seus, é taxado de heresia, quando não são ditos provenientes de satanás. Como se usar a inteligência de que Deus nos dotou fosse pecado. Pecado, já o dissemos, é não usar a inteligência que Deus nos deu, pois aí estaremos nos comportando como os animais, por não a estarmos usando.
E por falar em heresia, é bom lembrar, aos que irão estranhar a nossa maneira de ver essas coisas, que o maior herético de todos os tempos foi Jesus, pois se insurgiu contra a teologia do seu tempo. Ora, o cristianismo passou a existir justamente por esse motivo, ou seja, pela heresia de Jesus. Por isso nos sentimos confortados por seguir o seu exemplo, não nos causando a mínima preocupação se o que estamos dizendo possa irritar os fanáticos. Só podemos acrescentar que quem está com a verdade não se intimida com pensamentos contrários, entretanto, os que estão contra ela, com certeza, irão vociferar dizendo: “isso é obra de satanás”. Parafraseando o nosso mestre Maior, diremos: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que falam”.

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